sexta-feira, 13 de julho de 2007

AS PALAVRAS DE ÍSIS

Eu fui enviada pelo poder, E eu vim para aqueles que se espelham em mim, E eu tenho sido encontrada por aqueles que me procuram, Olhem-me, vocês que se espelham em mim, E vocês, ouvintes, ouçam-me, Vocês que estão me esperando, tomem-me para si mesmos. E não me banem da sua visão. E não façam a sua voz me odiar, nem a sua audição. Não me ignorem em lugar algum e em tempo algum. Estejam alertas! Não me ignorem. Pois eu sou a Primeira e a Última. Eu sou a Venerada e a Desprezada. Eu sou a Prostituta e a Santa. Eu sou a Esposa e a Virgem. Eu sou a Mãe e a Filha. Eu sou os membros da minha mãe. Eu sou aquela que é estéril e que muitos são seus filhos. Eu sou aquela cujo casamento é grandioso, E eu não tomei um esposo. Eu sou a parteira e aquela que não dá à luz. Eu sou o alívio dos meus trabalhos de parto. Eu sou a noiva e o noivo. Eu sou a mãe do meu pai e a irmã do meu esposo e ele é a minha prole. Eu sou a escrava daquele que me fez. Eu sou a senhora da minha prole... E ele é a minha prole no seu devido tempo e o meu poder vem dele. Eu sou o cetro do seu poder em sua juventude. E ele é a verga da minha idade avançada. E o que quer que ele queira acontece comigo. Eu sou o silêncio que é incompreensível E a idéia cuja lembrança é freqüente. Eu sou a voz cujo som é múltiplo E a palavra cuja aparência é múltipla. Eu sou a expressão do meu Nome. Por que, você que me odeia, me ama e odeia aqueles que me amam? Você que me nega, se confessa comigo, e você que se confessa comigo, me nega. Você que diz a verdade sobre mim, mente a meu respeito E você que tem mentido sobre mim, fala a verdade a meu respeito. Você que me conhece, pare de me conhecer, e aqueles que ainda não me conheceram, deixe que eles me conheçam. Pois eu sou o conhecimento e a ignorância. Eu sou a vergonha e o atrevimento. Eu sou desavergonhada; Eu sou avergonhada. Eu sou a força e eu sou o medo. Eu sou a guerra e a paz. Prestem atenção em mim. Eu sou aquela que é desgraçada e que é a grande deusa. ... Eu sou misericordiosa e eu sou cruel. Estejam alertas! Não odeiem a minha obediência E não amem o meu auto-controle. Em minha fraqueza não me abandonem E não tenham medo do meu poder. Pois por que você despreza o meu medo E amaldiçoa o meu orgulho? Mas eu sou aquela que existe em todos os medos E a força do medo, Eu estou bem em um local agradável. Eu não tenho os cinco sentidos e eu sou sábia. ... Eu sou aquela que tem sido odiada em todos os lugares E aquela que tem sido amada em todos os lugares. Eu sou aquela que eles chamam de Vida E Eu sou aquela chamada Morte. Eu sou aquela que eles chamam de Lei E Eu sou aquela chamada Ilegalidade. Eu sou aquela a quem você aspirou E Eu sou aquela que você dominou. Eu sou aquela a quem você dispersou E você me uniu novamente. Eu sou aquela ante à qual você se envergonhou E você tem sido desavergonhado para mim. Eu sou aquela que não possui um festival E Eu sou aquela cujos festivais são muitos. Eu, Eu sou atéia, Eu sou aquela cujo Deus é grande. Eu sou aquela a quem você tem espelhado E você tem me desdenhado. Eu nada aprendi E eles aprendem de mim. ... Eu sou aquela da qual vocês se esconderam E você aparece para mim. Mas quando quer que você se escondam, Eu mesma irei aparecer. Pois aonde quer que vocês apareçam, Eu mesma irei me esconder de vocês. ... Eu sou o conhecimento da minha investigação E a descoberta daqueles que me procuram, E o comando daqueles que me perguntam, E o poder dos poderes do meu conhecimento dos anjos, que foram enviados ao meu mundo, E dos Deuses, nas suas estações pelo meu conselho, E do espírito de cada homem que existe comigo. ... Eu estou dentro Eu sou das Naturezas Eu sou da criação dos espíritos Eu sou o pedido das almas Eu sou o controle e o incontrolável Eu sou a união e a dissolução Eu sou Aquela acima E eles vem à mim. Eu sou o julgamento e a liberação. Eu, Eu não tenho pecado E a raiz do pecado deriva de mim. Eu sou a luxúria nas aparências exteriores E o auto-controle interior existe dentro de mim. Eu sou a ouvinte que à disposição de todos E o discurso que não pode ser entendido. Eu sou uma muda, que não pode falar, E grande é o número das minhas palavras. ... Pois eu sou aquela que existe sozinha E eu não tenho ninguém que vá me julgar. Pois muitas são as formas agradáveis que existem Em numerosas transgressões E inconsistências, E paixões desgraçadas, E prazeres transitórios, Aos quais os homens abraçam até se tornarem sóbrios E subirem ao seu local de descanso. E eles vão me achar lá, E eles vão viver, E eles não irão morrer novamente."
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